Olá minha gente!
É isso mesmo: voltei dos confins do mundo. Lembram-se de vos ter dito "recentemente" que me sentia aborrecida desde o início do 12º ano e sem nada que fazer da vida? Pois bem, saiu-me o tiro pela culatra. Ainda agora consegui sair viva (embora ainda muito ofegante) da primeira ronda de testes e já tenho a segunda mesmo à porta. Já alguém vos disse que o 12º ano de escolaridade era repleto de tempo de sobra para tudo e mais alguma coisa? Grande chachada. Para ser totalmente sincera, fui completamente apanhada de surpresa quando me apercebi como de facto o último ano do secundário chega a ser tanto ou ainda mais desgastante que o 11º ano. E pronto, entretanto lá se passou mais de um mês. Deixo-vos aqui a minha lista de "afazares" para os próximos tempos (dias):
- 3º relatório de Química do período;
- (4º relatório de Química? - deixemos entre parênteses, não vá o diabo tecê-las);
- trabalho final de Química (já conseguiram aperceber-se da maluqueira?);
- 2º relatório de Biologia sobre pintos, que na verdade é só um, uma vez que outros dois se cansaram dos ares do laboratório da escola e bateram a bota ao piar tanto, e os outros ovos ainda lá estão na estufa. Devem estar à espera que ao menos ainda saia dali algum diamante em bruto ou um bilhete de avião para as ilhas Maurícias;
- trabalho acerca do doping e da violência no desporto, tema que me atribuíram por ser deficiente e não poder sequer mexer um dedo nas aulas de Educação Física. Não me atrevo nem a levantar-me do banco ou a mulher ainda morre de coração. Então manda-me fazer trabalhos, para depois me dar exatamente a mesma nota dos outros períodos.
Não sei como é que no espaço de dois meses e tendo só quatro disciplinas consigo ter a ousadia de as odiar a todas. Esta lista felizmente já se reduziu bastante, mas vi-me à rasca, como a típica tuga que sou, ao deixar tudo para o último segundo. É para entregar um relatório até à meia-noite? Hei de entregá-lo às 23:59:59, nem que tenha de ir engolir uns quantos vídeos no YouTube de tarântulas a dar à luz.
Digamos de passagem que já tudo acalmou, e que tive tempo de refletir um pouco. Ao longo do período letivo tenho-me perguntado: porquê estes trabalhos todos? E os adultos sábios da minha vida respondem-me: "É para te ires habituando, na faculdade é sempre assim!", "É muito enriquecedor porque não sabes com quem vais ter de lidar quando um dia tiveres o teu próprio emprego!". Deixando-me de cenas, isto é, em grande parte, verdade. Mas ainda há muitas arestas a limar. Não acredito, de todo, que encher os alunos de uma "enorme experiência de vida" seja a primeira ou sequer a principal preocupação dos professores quando os mandam fazer este tipo de trabalhos. Sempre os fiz durante a minha vida escolar, e querem ver que foi preciso chegar ao último ano para me atafulharem de relatórios e construções de caixas para uma simulação da Tabela Periódica dos Elementos? Seja dita a verdade: os professores olham para os alunos de 12º ano como gente que tem pouco que fazer. Com cargas horária e disciplinar reduzidas, é claro que temos todo o tempo disponível como humildes pessoas que somos, dignas dos nossos sofás e televisões. Até porque nós vivemos inteiramente para este sistema de ensino. Dia e noite. Pensando como uma pessoa que tem mais que fazer do que estar a corrigir tretas que já sabe de trás para frente há mais de trinta anos, digamos que preferiria corrigir 5 trabalhos de grupo a 30 testes. E é essa a verdadeira razão para eu andar com sacos de batatas às costas. Ou pelo menos é assim como eu interpreto a situação.
De resto nada de novo se tem passado. Continuo no meu dia a dia atulhado de gente nos corredores da escola com a música nos seus smartphones com tamanhos sinais sonoros que são bem capazes de atravessar o núcleo externo da Terra. E, como pessoas inteligentes que são, escondem o dispositivo de última geração no bolso quando passa alguém do órgão docente, ao invés de desligarem o incómodo ruído. À parte disso, só as bebidas alcoólicas metidas em tudo o que é um aparente esconderijo naquele estabelecimento.
Já me tendo alongado demais, deixo-vos aqui esta preciosidade que, felizmente, ainda não se transformou num nugget:
Então até daqui a mais um mês ou assim.
Um beijinho e um queijinho a todos (já que não posso ser mórbida ao ponto de vos desejar um pinto assado).
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