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Margarida, 17. Évora. Estudante do 12º ano de Ciências e Tecnologias.
Orgulho, teimosia, chatices, indecisões e pensamentos vazios. Desabafos de uma adolescente, sem tirar nem pôr.
QUOTE OF THE WEEK

«We must let go of the life we have planned, so as to accept the one that is waiting for us.»

-Joseph Campbell
UM METRO E CINQUENTA E SEIS
"Trabalhos, trabalhinhos e nuggets vivos"
Olá minha gente!

É isso mesmo: voltei dos confins do mundo. Lembram-se de vos ter dito "recentemente" que me sentia aborrecida desde o início do 12º ano e sem nada que fazer da vida? Pois bem, saiu-me o tiro pela culatra. Ainda agora consegui sair viva (embora ainda muito ofegante) da primeira ronda de testes e já tenho a segunda mesmo à porta. Já alguém vos disse que o 12º ano de escolaridade era repleto de tempo de sobra para tudo e mais alguma coisa? Grande chachada. Para ser totalmente sincera, fui completamente apanhada de surpresa quando me apercebi como de facto o último ano do secundário chega a ser tanto ou ainda mais desgastante que o 11º ano. E pronto, entretanto lá se passou mais de um mês. Deixo-vos aqui a minha lista de "afazares" para os próximos tempos (dias):
  • 3º relatório de Química do período;
  • (4º relatório de Química? - deixemos entre parênteses, não vá o diabo tecê-las);
  • trabalho final de Química (já conseguiram aperceber-se da maluqueira?);
  • 2º relatório de Biologia sobre pintos, que na verdade é só um, uma vez que outros dois se cansaram dos ares do laboratório da escola e bateram a bota ao piar tanto, e os outros ovos ainda lá estão na estufa. Devem estar à espera que ao menos ainda saia dali algum diamante em bruto ou um bilhete de avião para as ilhas Maurícias;
  • trabalho acerca do doping e da violência no desporto, tema que me atribuíram por ser deficiente e não poder sequer mexer um dedo nas aulas de Educação Física. Não me atrevo nem a levantar-me do banco ou a mulher ainda morre de coração. Então manda-me fazer trabalhos, para depois me dar exatamente a mesma nota dos outros períodos. 
Não sei como é que no espaço de dois meses e tendo só quatro disciplinas consigo ter a ousadia de as odiar a todas. Esta lista felizmente já se reduziu bastante, mas vi-me à rasca, como a típica tuga que sou, ao deixar tudo para o último segundo. É para entregar um relatório até à meia-noite? Hei de entregá-lo às 23:59:59, nem que tenha de ir engolir uns quantos vídeos no YouTube de tarântulas a dar à luz.
Digamos de passagem que já tudo acalmou, e que tive tempo de refletir um pouco. Ao longo do período letivo tenho-me perguntado: porquê estes trabalhos todos? E os adultos sábios da minha vida respondem-me: "É para te ires habituando, na faculdade é sempre assim!", "É muito enriquecedor porque não sabes com quem vais ter de lidar quando um dia tiveres o teu próprio emprego!". Deixando-me de cenas, isto é, em grande parte, verdade. Mas ainda há muitas arestas a limar. Não acredito, de todo, que encher os alunos de uma "enorme experiência de vida" seja a primeira ou sequer a principal preocupação dos professores quando os mandam fazer este tipo de trabalhos. Sempre os fiz durante a minha vida escolar, e querem ver que foi preciso chegar ao último ano para me atafulharem de relatórios e construções de caixas para uma simulação da Tabela Periódica dos Elementos? Seja dita a verdade: os professores olham para os alunos de 12º ano como gente que tem pouco que fazer. Com cargas horária e disciplinar reduzidas, é claro que temos todo o tempo disponível como humildes pessoas que somos, dignas dos nossos sofás e televisões. Até porque nós vivemos inteiramente para este sistema de ensino. Dia e noite. Pensando como uma pessoa que tem mais que fazer do que estar a corrigir tretas que já sabe de trás para frente há mais de trinta anos, digamos que preferiria corrigir 5 trabalhos de grupo a 30 testes. E é essa a verdadeira razão para eu andar com sacos de batatas às costas. Ou pelo menos é assim como eu interpreto a situação.

De resto nada de novo se tem passado. Continuo no meu dia a dia atulhado de gente nos corredores da escola com a música nos seus smartphones com tamanhos sinais sonoros que são bem capazes de atravessar o núcleo externo da Terra. E, como pessoas inteligentes que são, escondem o dispositivo de última geração no bolso quando passa alguém do órgão docente, ao invés de desligarem o incómodo ruído. À parte disso, só as bebidas alcoólicas metidas em tudo o que é um aparente esconderijo naquele estabelecimento.

Já me tendo alongado demais, deixo-vos aqui esta preciosidade que, felizmente, ainda não se transformou num nugget:


Então até daqui a mais um mês ou assim.

Um beijinho e um queijinho a todos (já que não posso ser mórbida ao ponto de vos desejar um pinto assado). 


Anonymous Anónimo said on 20 de novembro de 2014 às 16:10  

Pode ser que o Natal nos dê o tempo necessário para respirarmos e nos apercebermos que já somos alunos pré-universitários, que mesmo há uns anitos viam a Dona Graça a guinchar que nem uma doida no bloco do meio a bloquear a passagem dos do 9º, e que também viam os colegas que agora têm barba e mota a brincarem às escondidas no meio do pátio.
Tirando isso, sempre em frente!
Um pinto frio, para não parecer mórbido também :)


Anonymous Anónimo said on 20 de novembro de 2014 às 16:11  

frito*! oops...


Blogger Misaki said on 21 de novembro de 2014 às 06:21  

Não eram escondidas, era o 51! Definitavamente menos infantil.


Anonymous Catarina said on 24 de novembro de 2014 às 02:04  

É o que dá a química né? (não que física seja melhor) Oremos pela nossa sanidade mental porque o pior ainda está para vir. Vou agora para uma palestra ouvir falar de outro tipo de pintos.
Uma bowachinha para ti

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